O termo não pode ser outro do que “idiotização” do cidadão brasileiro, protagonizado pelo que tem de pior na política do nosso país. Os tempos de chumbo está aos poucos se tornando real no nosso cotidiano outra vez. Para quem assistiu a sessão que debatia e aprovaria o “relatório do impeachment”, transmitido pela TV Câmara, ficou estarrecido com tanta irracionalidade perante o estado de direito.

O relatório apresentado pelo relator deputado Jovair Arantes (PTB-GO), foi considerado frágil, inconstante e sem embasamento jurídico algum, segundo parecer de varias entidade ligadas ao direito, além de renomados juristas do Brasil e do mundo, mas mesmo assim os deputados indicados pelo presidente do congresso, Eduardo Cunha (PMDB), votaram a favor do relatório que resultou numa vitória com 38 votos a favor e 27 contra, nenhuma abstenção, que contou no total de 65 deputados presentes.

Vários parlamentares anti golpe destacaram como a iniciativa é uma afronta a democracia e a inteligência das pessoas que votaram numa presidenta que não tem crime e nem nome citado em nenhum tipo ilegalidade como vem ocorrendo com 35 dos deputados da comissão do impeachment que estão citados por corrupção, sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha na Lava Jato, no escândalo do banco HSBC e das empresas fantasmas da Panamá Papers.

Se alguém acha que a crise que vivemos é seria, não sabe o que é viver uma adolescência num governo do PSDB. - Rikáryo Mourão

“O presidente Eduardo Cunha esta fazendo tudo que o vice-presidente Michel Temer (PMDB-RJ), esta mandando, o vice mais covarde e golpista da historia democrática do Brasil, manipula o congresso ao ponto de ampliar a crise, iniciar um desmonte das politicas sociais, tudo acordado para livrar o Cunha, sua mulher e filha da cadeia, afinal de contas senhores deputados o Cunha foi citado, é reu no Supremo Tribunal Federal, STF, e mesmo assim preside um processo contra a vontade popular, ou 500 votos de ricos tem mais valor que o voto de três milhões de pobres? Por que é essa a vantagem das manifestação nas ruas, digo mais, vergonha nasceu para poucos e eu entro para a história como o deputado homem que não vai trair o povo e minha família, que no futuro vai lembrar de mim com orgulho por ter defendido a democracia”, afirmou, Silvio Costa (PTdoB-PE).

Depois da aprovação as redes sociais amanheceram cobertas por indignações, até de pessoas que optam em ficar por fora dos debates e embates em torno do tema, mas se manifestaram, por que viram tanta má fé, tanta desordem e tantas intenções de caráter duvidoso, o medo lembrado pela esquerda brasileira que vem a tempos alertando da tentativa de golpe na democracia deu um passo, porém, um passo que todos já esperavam acontecer, pelo fato dos deputados que votaram a favor terem sido escolhidos a dedo pelo Eduardo Cunha.

No próximo domingo, 17/04, o relatório será a base da pauta no congresso, a oposição precisa de 342 votos para encaminhar o mesmo para o senado que decide se aceita ou mão o relatório que afastará a presidenta por 180 dias de suas funções, e o governo para evitar isso precisa de 172 voto para arquivar o golpe.

A movimentação popular promete embates, a possibilidade de uma guerra civil não é descartada inclusive pela corja de deputados que apoiam o Cunha e Temer. A mobilização contra o golpe na democracia deixou de ser algo exclusivo da militância petista ou de partidos da base aliada e passou a ser da população brasileira, principalmente depois da sinalização do PMDB de cortar 50% de todos os investimentos sociais como: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Ciência sem Fronteira, Prouni, Projovem, Pronatec e todas as conquistados do povo brasileiro desde a era desenvolvimentista democrática e republicana, que ocorreu nos governos Lula (2003-2010) e Dilma (2011-atual).