"Se o status de Zelaya não for definido dentro de 10 dias, a embaixada vai perder sua condição diplomática", disse o ministro das Relações Exteriores do governo interino, Carlos López, em uma entrevista coletiva. O ministro ressaltou que por cortesia, uma invasão do local não está sendo considerada"e reforçou que a embaixada brasileira se torne uma residência privada.

O presidente Zelaya foi deposto e expulso de Honduras em 28 de junho. Na última segunda-feira, 21/09, ele retornou ao país sem a autorização do governo interino, que cobra a sua prisão.

Foto:BBCPosição do presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, falou antes mesmo das declarações de Lópezjá que havia rejeitado o ultimato e em entrevista concedida em Isla Margarita, na Venezuela, onde estava participando da 2ª Cúpula América do Sul-África, disse que não aceita ultimato de governo "golpista" e que o Brasil não negocia com quem "usurpou o poder". Falou ainda que o governo brasileiro não aceita ou obedece ultimato de golpista, e diz que não reconhece o atual governo. "A palavra correta é golpista e o governo brasileiro não negocia com ele."

O presidente Lula afirmou ainda que dentro da embaixada está um presidente legitimamente eleito pelo voto popular do povo Hondurenho e que não acredita em uma ação direta. O chefe da embaixada brasileira, Lineu Pupo de Paula, disse que também não acreditar nas tais declarações.

Foto:AGDiplomatas da OEA são impedido de entrar em Honduras

O governo interino de Honduras, comandado por Roberto Micheletti, não é reconhecido pela comunidade internacional. A ameaça de revogar as credenciais diplomáticas do Brasil foi feita no mesmo dia em que um grupo de diplomatas da Organização dos Estados Americanos (OEA) foram impedido de entrar em Honduras, segundo informou o presidente da Comissão de Direitos Humanos de Honduras, Armando Veloz.

Eleições

Ainda durante a coletiva o presidente brasileiro disse que a saída para a crise em Honduras depende das Nações Unidas e da OEA, "que exigiram a restituição imediata e incondicional de Zelaya à Presidência". Lula também voltou a afirmar que a saída para a crise é a restituição de Zelaya à Presidência e a realização de eleições diretas.

As eleições gerais em Honduras estão marcadas para 29 de novembro. Dos seis candidatos, quatro se mantêm na disputa. Os outros dois, representantes da esquerda, afirmam que não participarão se a ordem constitucional não for restituída com a volta do presidente Zelaya ao poder.