Há 42 anos, em 30 de novembro de 1979, o Pink Floyd lançava a ópera rock The Wall, seu 11° álbum de estúdio e último com a formação clássica da banda.

Seguindo a tendência dos três discos de estúdio anteriores da banda, The Wall é um álbum conceitual, tratando de temas como abandono e isolamento pessoal. O trabalho, no entanto, apresenta um estilo mais duro e teatral do que os lançamentos anteriores, resultado do domínio quase total do baixista Roger Waters sobre a direção criativa do Pink Floyd: lançado como álbum duplo, todas as suas 26 faixas são assinadas pelo músico, que ainda canta em todas - com participações pontuais do guitarrista David Gilmour nos vocais e na co-autoria de algumas canções.

O tecladista Richard Wright, por sua vez, enfrentava uma crise conjugal, agravada por seu problema com drogas, e não contribuía substancialmente com composições do grupo desde Wish You Were Here (1975). Decepcionado pela ausência de colaborações de Rick com o Pink Floyd, Waters expulsou-o da banda durante a produção de The Wall. O tecladista, entretanto, continuou envolvido na gravação do álbum e na posterior turnê promocional do trabalho como um músico pago. The Wall, portanto, foi o último trabalho do Pink Floyd a contar com a participação do quarteto formado por Waters, Wright, Gilmour e Nick Mason.

A ideia por trás de The Wall foi concebida, inicialmente, durante a turnê In The Flesh, em 1977, quando a frustração do baixista e letrista Roger Waters para com seus espectadores tornou-se tão aguda que ele se imaginou construindo um muro entre o palco e o público. O resultado em The Wall é em uma ópera rock centrada em Pink, um personagem fictício baseado em Waters -- seus medos, traumas, além de algumas características de Syd Barrett. As experiências de vida de Pink começam com a perda de seu pai durante a Segunda Guerra Mundial, e continuam com a ridicularização e o abuso de seus professores, com sua mãe superprotetora e, finalmente, com o fim de seu casamento. Tudo isso contribui para uma auto-imposta isolação da sociedade, representada por um muro metafórico.

A capa é uma das mais simples do Pink Floyd. Contém uma parede de tijolos brancos e nenhum texto. Waters tinha deixado de falar com o designer da Hipgnosis, Storm Thorgerson, alguns anos antes, quando tinha incluído a capa de Animals (1977) em seu livro Walk Away Rene, e The Wall é, portanto, a primeira capa de álbum do Pink Floyd desde The Piper At The Gates Of Dawn (1967) a não ser criada pela agência. Alguns lançamentos incluiriam o famoso letreiro manuscrito do nome da banda e título do álbum pelo cartunista Gerald Scarfe.

Shows da turnê do The Wall

Durante cada show da The Wall Tour, um muro de doze metros de tijolos de cartolina era gradualmente construído entre a banda e o público. Lacunas permitiram que os espectadores vissem várias cenas na história, como animações feitas por Scarfe sendo projetadas nas partes concluídas do muro. Vários personagens da história foram feitos como insufláveis gigantes, incluindo um porco, devidamente equipado com um logotipo composto por martelos cruzados.

Na ocasião de seu lançamento, The Wall dividiu a crítica e preocupou os executivos da gravadora, temendo pelo fracasso de um álbum duplo. O trabalho, no entanto, provou-se um enorme sucesso comercial, atingindo o topo das paradas da Alemanha, Austrália, Áustria, Nova Zelândia, Noruega, Países Baixos, Suécia e Estados Unidos -- permanecendo no #1 da Billboard por 15 semanas --, além do #3 no Reino Unido. O single "Another Brick In The Wall (Part. 2)" também esteve em várias paradas ao redor do mundo.

The Wall é um dos álbuns conceituais mais conhecidos da música e é o segundo disco mais vendido do Pink Floyd, vendendo mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo -- atrás apenas de Dark Side Of The Moon (1973), com cerca de 50 milhões de unidades vendidas.

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